Quem trabalha com Telecomunicações há muito tempo já deve ter entrado em discussões sobre o que é backbone e o significado de backhaul.
A razão disso é a confusão gerada pelo entendimento desses conceitos. “Embora tratados como sinônimos por alguns profissionais, são duas coisas distintas”, explica Ricardo Alexandre Vieira, gerente de produtos da Khomp.
O que é backbone?
Segundo Vieira, se caracteriza como backbone as vias utilizadas pelas operadoras para distribuir internet às demais redes.
Se pensarmos nas redes de internet como vias públicas, os backbones são as estradas que conectam as cidades (redes). Essas, por sua vez, são responsáveis pela manutenção das ruas e avenidas.
“Essa analogia funciona muito bem, pois muita gente caracteriza os backbones como links de alta transmissão de dados – uma lógica parecida com as rodovias, utilizadas para o transporte terrestre mais rápido”, evidencia Vieira.
O significado de backhaul
Nesse contexto, os backhauls são formados a partir das entradas/saídas de acesso das rodovias para as cidades – a partir dos pedágios, por exemplo.
“Há quem faça a distinção entre backbone e backhaul a partir de duas frentes: pré-conexão e pós-conexão. Dessa forma, toda infraestrutura que vem antes de um equipamento utilizado para a ramificação desse tronco, como um gateway LTE, faz parte do backbone. O que surge depois pode ser considerado um backhaul”, detalha o gerente de produtos da Khomp.
Rede Ipê
Um exemplo prático deste tipo de infraestrutura é a Rede Ipê. Segundo o site da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), responsável por essa infraestrutura, “esse backbone é projetado para garantir não só a velocidade necessária ao tráfego de internet de aplicações básicas (navegação web, correio eletrônico e transferência de arquivos), mas também ao tráfego de serviços, aplicações avançadas e projetos científicos, e à experimentação de novas tecnologias, serviços e aplicações”.
Esse backbone engloba 27 pontos de presença (PoPs), um para cada Estado, que por sua vez se desdobram para atender as instituições de Ensino, Saúde e Pesquisa. “Considerando a lógica que aplicamos anteriormente, passam a ser considerados backhauls toda rede após esse desdobramento”, explica Vieira.
Por que entender esses conceitos
Com a popularização das redes 4G (LTE) e a Internet das Coisas, ter ciência sobre o funcionamento desta infraestrutura é fundamental para garantir uma boa entrega de serviços.
“É a partir do cálculo de throughput médio de cada tecnologia dentro do backhaul que se define qual a necessidade de tráfego exigida do backbone para estabelecer uma conexão estável e sustentável”, esclarece Vieira.
Isso quer dizer que, para os provedores, acompanhar a demanda de dados dos backhauls para escalar de forma competitiva sua infraestrutura e entregar o volume de dados adequado às demandas dos seus clientes é questão de sobrevivência.
“No que se refere aos integradores, é importante saber qual banda local atende às necessidades do projeto, para então desenhar uma rede que se adeque a essa realidade”, complementa.