E se não houvesse internet e a gente fosse inventar uma do zero agora? A partir dessa pergunta os pesquisadores do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) trabalham desde 2008 no projeto Novagenesis, que propõe uma alternativa à rede atual.
O professor Antonio Alberti, um dos responsáveis pelo projeto, apresentou a palestra O avanço tecnológico exponencial, a Internet das Coisas e os serviços confiáveis.
“Desde o início a gente entendeu que cada dispositivo de Internet das Coisas trabalha com base numa linguagem e tipo de protocolo diferente. Então temos que trabalhar imaginando isso, sem nos limitar ao IP”, explica. Em outras palavras, o professor afirma que o Internet Protocol sempre vai existir, mas a rede precisa de algo mais moderno.
Essa alternativa é o Novagenesis, que já conta com artigos baseados em provas de teste publicados em todo o mundo, mostrando a viabilidade dessa “nova internet”. “Conseguimos mostrar que é viável e até mesmo provar que pode ser melhor. Como desenvolvemos com toda a tecnologia atual, ele é pensado para ser mais seguro e ajustável a diversas linguagens”, afirma.
Projetos parecidos pelo mundo
O trabalho de imaginar uma nova rede de transmissão de dados não acontece apenas no Brasil. Entre as pesquisas com maior destaque estão os projetos Xia, Rina, CCM, NDN e Netinf, de diferentes países. “No Japão eles construíram algo muito parecido com o nosso trabalho, mas não chegaram à fase de testes, coisa que já passamos com sucesso”, analisa Alberti.
Um entrave na aplicação desses novos conceitos está no mercado. Ainda não se enxerga com bons olhos a utilização de novos protocolos e, com isso, projetos como o Novagenesis perdem espaço. “Acreditamos que uma alternativa seja trabalhar em paralelo à internet atual, utilizando casas conectadas, carros, etc. para mostrar o que essa nova rede é capaz, até que as pessoas olhem para aquilo e pensem: como ainda não está na internet?”, diz Alberti.
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