Em 22 de junho de 1995 entrou em operação o primeiro provedor de internet comercial no Brasil. Os desafios no início eram muitos. A infraestrutura de conexão era por linha telefônica discada, havia carência de conteúdo e a população em geral não tinha muita afinidade com a famosa rede mundial de computadores. Neste cenário surgiu o modelo “ISP como empreendedor”.
Duas décadas se passaram. Depois de uma avalanche de mudanças tecnológicas, concorrência de grandes corporações e amadurecimento do mercado, o provedor se consolidou com um importante agente na construção de um país conectado. Para se ter uma ideia, em 2018 o número de acessos de banda larga via ISPs ultrapassou pela primeira vez grandes operadoras.
A vida hoje é bem mais confortável para o ISP, correto? Pense duas vezes. Como dizia um amigo engenheiro Paulo Rocha Garcia: “Temos mais ferramentas hoje, mas nossos desafios são muito maiores que os de antigamente”.
Sentir-se confortável depende do ponto de vista e, principalmente, do apetite do ISP moderno. Fatores como cultura regional, obsolescência de equipamentos, habilidades administrativas e evolução tecnológica constituem o novo cenário enfrentado pelos profissionais:
Confortável |
Fato |
Não-confortável |
A infraestrutura de redes hoje é infinitamente melhor – confiança e segurança técnica | Evolução Tecnológica | Novas tecnologias surgem com muito mais velocidade e intensidade. Obsolescência Iminente. |
Hoje todos conhecem, precisam e usam intensamente a internet | Mercado Maduro | Cenário de forte concorrência e consumidor informado e exigente |
Base de clientes, infraestrutura e visibilidade do ISP | Crescimento do Negócio | Desafio da Gestão – quanto maior, maior o tombo |
Excelente qualidade de conexão. Velocidade. | Serviços | Ir além da conectividade – prover conteúdo, criar propósito |
Um novo fôlego chamado LTE
O leilão das bandas de 1800 e 2600 em 2015 criou cenários de adrenalina. A ANATEL tornou acessível aos ISPs a aquisição de espectro licenciado e novas oportunidades surgiram:
- Salto de qualidade – acesso sem fio com interferência controlada em banda licenciada;
- Confiabilidade – sistemas com alta disponibilidade (baixo índice de falha);
- Alto desempenho – padrão de qualidade 3GPP;
- Escalabilidade – tecnologia adotada em mundo todo, o LTE.
Muitos adquiriram faixas de frequência 4G/LTE. Mundo novo! Testes, experiências, aprendizados, casos de uso. Inovação nos modelos de negócio em torno do ecossistema LTE. Investimento. Tudo isso reforça o apetite e a coragem dos ISPs para se reinventar mais uma vez.
O LTE TDD (Time Division Duplex) em banda 38 e 39 (3GPP) implementa neste espectro a tecnologia mais avançada de acesso sem fio para assinante fixo residencial, corporativo, IoT e outras aplicações.
Khomp & ISPs: uma parceria de sucesso
A Khomp reforça a parceria com os ISPs e embarca junto nessa nova jornada, disponibilizando as ENODEBs, CPEs e CORE LTE HALOB. Equipamentos e serviços de alto desempenho e com a melhor relação custo-benefício neste mercado.
Entre equipamentos e tecnologias, o mais importante de tudo isso é o acesso ao espectro licenciado. O LTE de hoje assegura o uso do espectro e o caminho para o 5G (protocolo 3GPP Release 15 e 16), que já será realidade no Brasil em 2020.
A outorga por 15 anos renovável por mais 15 dá 30 anos de possibilidades em uma porção exclusiva de recurso cada vez mais escasso – o espectro de frequências. É a evolução no seu mais alto nível tecnológico ao alcance dos ISPs, sem dúvida.
Daqui pra frente: o futuro do ISP no Brasil
Leonardo Furtado (Future ISP 2016, em Recife): “A sobrevivência dos ISPs depende de iniciativas que vão além do simples e óbvio fato de vender rede, tem que se aprimorar os produtos. Estamos vivendo uma era de transformações tecnológicas. É hora de olhar mais a frente e determinar novos modelos de negócio, conectando corporações que por sua vez conectam dispositivos que não eram conectados antes”.