Um dos principais assuntos do Futurecom 2017 tem sido IoT, ou Internet das Coisas, na tradução para o português. Com um pavilhão dedicado inteiramente para novas soluções nessa área, o evento dedicou ao tema também painéis e palestras, como do Estudo Nacional de IoT.
A pesquisa – desenvolvida pela parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – contempla mais de 70 iniciativas relacionadas a inovação, capital humano, ambiente regulatório e conectividade, com destaque para quatro verticais: cidades inteligentes, indústria e os setores rural e de saúde.
Esse esforço será a base do Plano Nacional de IoT, a ser lançado em breve. “O Brasil precisa estar à frente desse cenário, e o BNDES é a instituição ativa para pôr o plano em marcha”, afirmou o diretor de Planejamento, Pesquisa e Tecnologia da Informação do Banco, Carlos da Costa.
Regulação para IoT deve seguir indefinida
No painel seguinte à apresentação do plano, representantes do MCTIC, da Anatel e de grandes empresas do setor de tecnologia e comunicações debateram sobre a construção de modelos de negócios sustentáveis no ecossistema de IoT.
Tanto os painelistas do governo quanto os de empresas privadas concordaram com relação à regulação das atividades. O grande temor de todos é que impor regras sem entender exatamente como funciona o mercado possa frear o surgimento de soluções inovadoras.
“Quanto menos barreira o governo colocar, mais fácil fica a implementação de novos negócios”, detalhou José Gontijo, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação digital do MCTIC.
Os representantes das empresas defenderam a autorregulação no setor como forma de alavancar modelos de negócios. “Seria ótimo que não tivéssemos nenhuma regulamentação e pudéssemos desenvolver. Temos que pensar diferente, não tentar colocar dentro de uma regulação preexistente”, comentou Eduardo Parajo, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet).
Por outro lado, a segurança e integridade dos dados que trafegarão pelos dispositivos IoT é um ponto de atenção alertado pelos participantes do painel. Neste sentido o consenso mais uma vez é que a legislação busque facilitar os negócios e não limitá-los.
Anatel focará em expansão de infraestrutura
Presente na mesa de debates, o conselheiro da Anatel, Aníbal Diniz, reforçou a questão da não regulamentação imediata e ainda apontou qual deve ser o papel do órgão neste mercado. “O fundamental é se preocupar com infraestrutura, porque temos deficiência grande nisso no país”. Diniz ainda lembrou a importância de fundos como o FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), ressaltando a necessidade de aprovação de lei no congresso que obrigue o investimento nesses fundos.
Durante o painel, representantes das operadoras levantaram que conectividade deve ser um importante fator na receita do setor. O diretor de TI B2B da Oi apontou algo em torno de 15% das receitas só neste item.
O impacto total na economia esperado é de 200 bilhões de dólares em 2025, segundo o BNDES. A Khomp já participa deste mercado, em uma das verticais apontadas como prioritárias. Em parceria com a Sensorweb a solução desenvolvida já auxilia hospitais e clínicas no monitoramento de armazenagem de insumos.