O último dia de Futurecom trouxe soluções para um gargalo esperançoso de expansão para o mercado de provedores – as alternativas de financiamento para ISPs com formas mais acessíveis e viáveis à realidade brasileira.
O painel Momento Abrint – Financiamento: conheça as alternativas que estão se desenhando para os provedores trouxe esse tema, que não é novo para o segmento, mas que precisa de soluções rápidas.
A visão das financeiras
A mesa foi composta por Erich Rodrigues, mediador e presidente da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint); Rodrigo Madeira, economista do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Joana Souza de Meirelles, gerente de Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC) da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep); e Humberto de Souza Leite, diretor de Negócios do Banco do Nordeste.
Cada um apresentou sua investidora e características de seus planos, visando oportunidades nesse setor.
Antes das apresentações de cada financeira, o mediador lembrou que não há outro caminho de crescimento e aumento de conectividade em todo o país sem a integração de agentes de vários setores no mesmo intuito.“Todos precisamos nos mover nesse sentido”, completa.
BNDES
“O BNDES, atua no fomento da transformação digital e inclusão por meio de provedores regionais. Para isso, agimos pelo desenvolvimento da demanda, pelo fortalecimento da oferta e expansão da infraestrutura”, diz Rodrigo Madeira.
Dessas três ações, o que se refere à oferta, o plano BNDES 10 amplia o acesso de crédito direto, inclusive com apoio à startups.
Em infraestrutura, Madeira citou o esforço do BNDES na redução do gap digital em áreas de menor atratividade, possibilitando acesso direto a provedores (ISPs) pelo uso do Fundo de Universalização das Telecomunicações (FUST) reembolsável, além do apoio a expansão e modernização de rede.
“A internet é reconhecida como um produto cada vez mais essencial e penetração nos domicílios brasileiros. Contudo, com disparidades regionais. Para resolver essa questão, os provedores têm um papel claro em regiões de baixa densidade. E assim, ocupam os espaços das grandes operadoras”, diz.
Em termos de novidades, o BNDES tem um planejamento estratégico e agenda BNDES-MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).
Previsto para entrar em vigor ainda em 2018, o Finem Telecom passará a considerar de R$20 milhões para R$ 10 milhões como limite mínimo e o BNDES 10, que é um plano de investimento, a partir de R$ 1 milhão. Outra novidade é o Funttel, que visa financiar equipamentos de Telecomunicações com tecnologia nacional para provedores com custos inferiores a TR + 7% ao ano. Todos com previsão para efetivação em novembro.
Em 2019, o BNDES pretende efetivar o uso do Fust para crédito reembolsável como garantia.
Finep
A Finep reforçou que seu foco é o desenvolvimento sustentável do país por meio de instrumentos de apoio como financiamento reembolsável para empresas e investimentos, diretos e indiretos.
“Atendemos fabricantes de produtos de Telecom que interagem na indústria”, explica Joana Souza.
Como condições de financiamento, em seu plano de apoio à empresas de Telecomunicações, a Finep estipula carência de 12 meses, 80% do valor do projeto adiantado com prazo total de 36 meses, valor mínimo de R$ 500 mil e máximo de 60% do valor total disponível para aquisição de cabos de fibra ótica.
A financiadora adequa ações e posicionamento no sentido de facilitar processos, por esse motivo, disponibiliza acordo de crédito direto, por meio de operação de cadastro realizada no site, sujeitas a análises técnicas, econômicas e financeiras.
“A gente quer colocar esses produtos no mercado para fazer esse ciclo rodar com condições de empréstimos viáveis”, ressalta Joana.
Banco do Nordeste
O Banco do Nordeste – com sede em Fortaleza-CE, market-share dominante no Nordeste e quatro milhões de clientes ativos – tem como principal funding o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
Humberto de Souza Leite apresentou o FNE no painel como grande possibilidade de investimento para provedores. Suas principais características são limite de financiamento de 80% do projeto, até 20 anos para pagar, com quatro anos de carência e sem incidência de IOF.
Em 2018, R$14 bilhões desse fundo já foram usados para investimentos em operadoras.
No que diz respeito a Telecom, o Banco do Nordeste foca em serviço, infraestrutura e inovação, na aquisição de equipamentos, máquinas, instalações entre outros.
O prazo total do FNE é de 116 dias úteis, mas pode ser aumentado ou diminuído, dependendo do processo. Projetos de menores valores tendem a ter menos prazos.
“O serviço de internet passou a ser considerado como essencial, tanto que é comparado atualmente com eficiência energética. Ninguém se imagina sem internet, seja aonde for. Logo, enquanto financiadoras, enxergamos que esse diagnóstico viabiliza a análise de crédito a longo prazo”, finaliza Leite.
Esse artigo faz parte da cobertura do Futurecom 2018! Fique por dentro dos principais temas abordados no evento sob a ótica da Khomp!